sábado, outubro 25, 2008

No momento...


" Angústia do silêncio. Angústia do escutar. Angústia de não saber e não poder dar respostas que se calam gradativamente e que a silenciam com o passar do tempo. Tempo esse que não volta mais e que a faz amargar. Amargar de tristeza, amargar dentro do seu próprio escuro, de um escuro particular que ela mesmo criara por não falar. De um escuro ensurdecedor e enlouquecedor. De um escuro absolutamente amargo na sua essência. Um amargo consentido e sem respostas. Respostas que envelhecem e amadurecem com o tempo, é verdade, e que talvez nunca sejam ditas na íntegra como foram concebidas e idealizadas, mas que a fortalecem e dão uma consistência interior necessárias. Consistência que com o tempo se transforma em experiência. Experiência para viver histórias ainda não traçadas e muito menos escritas, mas certamente a serem percorridas em algum momento de sua vida..."



terça-feira, outubro 14, 2008

>>> Diálogo <<<

" Não entendia aquele silêncio. E só um homem poderia explicar o silêncio de outro homem.

- Porque vocês homens somem?

- Hein?

- A gente se conhece, se entende e acha que é possível, mesmo com todas as adversidades. É, é mais do que sexo... Bem, de qualquer maneira, eu sei onde te encontrar, mas você se antecipa e promete me procurar, e depois some? Tem que haver um motivo! Só um, eu só quero um motivo!

- Do que você está falando?

- Eu quero saber por que é tão difícil deixar se apaixonar por mim e se é tão fácil se manter distante!

- Quem disse que é fácil se manter distante?

- O silêncio. Agora me responde: por quê?

- Querida, você impõe esse silêncio.

- ?

- Homem nenhum gosta de pisar em terreno arenoso. Somos inseguros. Não fazemos declarações de amor se não tivermos vários indícios de que somos correspondidos, em alguns casos nos declaramos só para não parecermos desajustados e em outros casos não nos declaramos mesmo estando arriados pela paixão só para parecermos adequados. Não aprendemos a caminhar nas nuvens mais aprendemos a nos tornarmos capachos para os caprichos das mulheres quando estamos apaixonados. Apaixonados... E você é a pior! O que conta sobre você? Eu só sei o que quer que eu saiba, e acredite, é bem pouco. O que sei é que usa o corpo como armadura, pra que ninguém toque seu interno. Chama de acordo, mas é na verdade uma batalha. E tem esse jeito de olhar...

- Qual jeito?

- Debochado. Parece que está sempre brincando, que tudo tem pouca importância pra você. Tudo e qualquer um. Um qualquer... E quer saber o que é mais contraditório nisso? Que você brada amor quando estar comigo. Então, alguém tem importância pra você. Consegue entender?

- Então o problema é você?

- Não. O problema é parecer não ter importância pra você.

- Quem? Você?

- Acho que todo mundo se sente assim em relação à você, até mesmo os anjos, querida.

- Ah, isso não é verdade. Tirando-me da questão, generalizando, uma pessoa só entra na vida da outra por algum motivo, por alguma relevância.

- Qual o motivo d'eu estar na sua vida?

- ...Sexo...?

- Pois é, tinha esquecido que a sua sinceridade excessiva também mantém os homens em silêncio. Mais espera ai! Essa conversa não é sobre eu e você. Ou sobre você. É sobre você e outro homem! Ou outro anjo? Você se apaixonou!!! Quem é ele?

...

- Querido, você sabe mais de mim do que eu quero... "

quinta-feira, outubro 09, 2008

.: DELÍRIO JUVENIL :.


" Fecho os olhos e vejo o seu sorriso. Tapo os ouvidos e escuto a sua voz. Prendo a respiração e sinto o cheiro da sua pele entrar pelas minhas narinas, queimando por onde passa. Embriagada de desejo tropeço nas suas palavras que ainda me alimentam, que ainda me levam a ti. Os meus sentidos já não são mais os mesmos. É verdade. Traem-me! Sinto-me frágil como um cego à procura de seu destino. O chão já não existe mais. Ruiu! Por outro lado, as lembranças surgem como flashes e me ajudam a guardar você dentro de mim. Elas o tornam mais real do que você realmente é para mim. A sensação é de alívio. É como se a tua presença estivesse aqui, agora, do meu lado. Me tocando, me acariciando, me desejando, me beijando, simplesmente me olhando. Como sempre faz. De tão doce, amarga. De repente angústia, decepção. Acordo e percebo que tudo não passou de um delírio juvenil... "

quarta-feira, outubro 01, 2008

Para ti...


As tuas mãos exploram
o meu corpo que lateja
são as mãos que me devoram
É essa boca que me beija...

Mãos que me provocam
dedos que me desenham
com a suavidade que se deslocam
presa ao seu corpo eu me mantenho...

Suor salgado que nos percorre
deliciado no calor que nos enche.
Quente seiva que nos escorre
que nas bocas lambidas se preenche...