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"Algumas portas abri
Saí em meio à chuva sem medo,
Deixando me molhar...
Quantas portas deixei entreabertas,
Sem resolver absolutamente nada...
Acomodada no talvez do sou...
Quantas portas deixei fechadas,
Simplesmente fechadas."
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Existem duas de mim a louca e a santa Uma de nós vai dormir a outra levanta Uma se olha no espelho, se cuida, se arruma, se apronta Sem saber que ela é o avesso de outra mulher Uma é água cristalina, outra é noite de verão Uma é só uma menina que não sabe dizer não Uma é anjo bom, a outra é cortesã Uma é fim de noite outra é luz da manhã Uma vai pro céu outra não sei não Uma ajoelha no altar, outra pede perdão Existem duas de mim....
"Algumas portas abri
Saí em meio à chuva sem medo,
Deixando me molhar...
Quantas portas deixei entreabertas,
Sem resolver absolutamente nada...
Acomodada no talvez do sou...
Quantas portas deixei fechadas,
Simplesmente fechadas."
Je me manque de toi
" Quem disse que tinha de ser pra sempre?
quem foi que impôs a condição de eternidade para o amor,
para a alegria ou para a dor?
Quem foi que falou que errando é que se aprende?
Quem foi o estúpido que disse
que é perdendo é que se dá valor?
Tá errado...
Quero que tudo dure o tempo certo
desde que um beijo sempre aqueça meu coração
E que esse beijo me ensine
que há muitos mistérios para serem desvendados
que muitas dores duram pouco e outras um pouco mais
Que esse mesmo beijo me mostre
que perder só significa uma coisa:
que eu nunca tive o que achava perdido
E se nunca foi meu,
não há por que sentir falta
Mas, acima de tudo a certeza
de que a vida, embora muitas vezes madrasta
nos oferece "segundas" chances
para sorrir, para chorar,
para viver, para sonhar... "
Há palavras que me pesam, que me empurram.
E silêncios que incomodam, me machucam.
E as palavras que espero não me encontram.
Magoa e inquieta o silêncio que me enviam.
E as palavras de que fujo, me perseguem.
E o silêncio a que as remeto, não me acalma.
É quando, então,
Ignoro silêncio, empurro pessoas.
Peso palavras, calo ilusão.
E fico calada.
E grito silêncio.
E escrevo palavras.
E choro poemas.
“Acordei cansada hoje!
Cansada desta vida em cores psicodélicas, das coisas fora do lugar e de sempre tentar coloca-las em seu posto.
Cansei de procurar sentido, - se bem que já faz um tempo que nem tento- de olhar o horóscopo e ver que aquilo não vai acontecer e se acontecer, estou cansada de dizer "bem que o horóscopo disse".
Cansada de escutar lamúrias infundadas, de estender a mão, de dizer sim quando quero dizer não, eu te amo quando quero dizer tanto faz e tanto faz quando o eu te amo ecoa na minha mente.
Cansei de chorar sozinha no escuro e falar com paredes. Cansei dessa medíocre e hipócrita rotina que me obrigo a levar todos os dias a partir das sete da manhã.
Cansei de você e de seus comparsas. De todos. Dos bichos, das cores, do ar.
Pensei que pudesse ainda reverter esse estado que me encontro. Mas não. Semanas se passaram e esse gosto ocre, o ar pesado, a melancolia do olhar me perseguem. Pensei em fingir mais uma vez um sorriso. Mas não.
Cansei!
Cansei de ser perfeita num mundo de imperfeitos, de ser divina enquanto terrena. De comer coisas verdes invés de açucaradas, pensando que daqui há uns anos estarei com a mesma pele e que assim serei mais feliz.
Cansei de pensar no futuro e viver o passado.
Pensei, semanas atrás, que isto tudo fosse uma doença e que a pílula amarela, roxa, azul, furtacor fosse me salvar. Mas não.
Cansei!
E não me pergunte o que tenho, porque a resposta não vai ser a que você espera. E eu sei disso porque te conheço de tantas vezes alisar sua cabeça enquanto você chorava e me contava os segredos que não pedi para escutar.
A resposta? Eu estou cansada. Cansada de viver!!!”